A controladora do Google, Alphabet, está em negociações para comprar a startup de cibersegurança Wiz por cerca de US$ 30 bilhões, preparando o cenário para a maior aquisição na história do gigante das buscas, de acordo com interlocutores.
A Alphabet havia discutido uma aquisição de US$ 23 bilhões da Wiz no ano passado, embora as negociações tenham fracassado depois que alguns diretores e investidores da empresa de cibersegurança ficaram preocupados com obstáculos antitruste. A Alphabet agora retornou com uma oferta de mais de US$ 30 bilhões, disse um interlocutor.
A nova rodada de negociações estava em andamento e um acordo poderia ser fechado em breve, disseram dois interlocutores.
Uma aquisição da Wiz estaria entre os maiores negócios do ano e ainda provavelmente enfrentaria análise do FTC (Federal Trade Commission) sob o presidente Donald Trump, cujo novo presidente Andrew Ferguson manteve diretrizes que dão à agência a capacidade de bloquear grandes negócios, usados por sua antecessora Lina Khan.
A Alphabet não respondeu aos pedidos de comentário sobre as negociações. A Wiz se recusou a comentar.
Fundada por ex-alunos da unidade de inteligência cibernética de elite de Israel em 2020 e agora sediada nos EUA, a Wiz fornece serviços de cibersegurança para a nuvem.
A empresa está entre as startups de software de crescimento mais rápido de todos os tempos, beneficiando-se de um aumento nas vendas à medida que as empresas transferem cada vez mais suas operações para a nuvem.
A empresa atingiu US$ 500 milhões em receita recorrente anualizada —uma métrica de ganhos comumente usada por startups— no ano passado, e pretendia dobrar isso em 2025, de acordo com o cofundador Roy Reznik.
O grupo fornece serviços de segurança na nuvem para quase metade das 100 maiores empresas dos Estados Unidos, de acordo com seu site.
A possível fusão, que foi relatada pela primeira vez pelo The Wall Street Journal, ocorre em meio a um ambiente lento para fusões e aquisições, já que a incerteza na política comercial sob a nova administração de Trump e a turbulência do mercado esfriaram as esperanças de um boom de fusões e aquisições.
Os negociadores temiam que grandes aquisições de tecnologia pudessem ser particularmente desafiadoras sob a administração atual, já que o vice-presidente JD Vance disse acreditar que as big techs têm “poder demais”.
A Wiz, de capital fechado, levantou US$ 1 bilhão em uma avaliação de US$ 12 bilhões em 2022 de um grupo de investidores liderado por Andreessen Horowitz, Lightspeed Venture Partners e Thrive Capital. A empresa também é apoiada por investidores como Index Ventures, Insight Partners, G Squared, Sequoia Capital, Greenoaks, Cyberstarts e Wellington.
A Wiz havia dito, após as negociações com a Alphabet fracassarem no ano passado, que buscaria uma oferta pública de ações.
Uma aquisição da Wiz seria muito maior do que qualquer um dos negócios anteriores da Alphabet. O maior negócio da empresa até hoje foi a aquisição de US$ 12,5 bilhões da fabricante de gadgets Motorola Mobility, que desde então foi vendida.
Em 2022, a Alphabet pagou US$ 5,4 bilhões para adquirir a empresa de cibersegurança Mandiant para aprimorar seu produto Google Cloud.
A Alphabet tem procurado maneiras de aumentar seus ganhos com serviços de computação em nuvem para compensar sua dependência da receita de publicidade vinculada à busca.
O Google Cloud continua em um distante terceiro lugar em participação de mercado global, com cerca de 12%, atrás do Azure da Microsoft com 21% e do líder Amazon Web Services com quase 33%.