Os contratos futuros de milho dos EUA foram negociados nos níveis mais baixos deste ano nesta terça-feira (4), enquanto os futuros de soja caíam abaixo de US$ 10 (R$ 59,14) por bushel, devido às preocupações crescentes de que as políticas comerciais do presidente Donald Trump prejudicarão as exportações agrícolas dos EUA.
Trump impôs tarifas de 25% sobre as importações do México e do Canadá e dobrou as tarifas sobre os produtos chineses para 20%. Ottawa respondeu com tarifas de 25% sobre mais de US$ 20 bilhões (R$ 118,29 bilhões) em importações dos EUA, enquanto Pequim disse que iria impor tarifas adicionais sobre produtos agrícolas a partir da próxima semana. O governo do México anunciou que irá retaliar e anunciará as medidas no domingo (9).
“As medidas retaliatórias estão começando a surgir desses parceiros comerciais, aumentando os temores de uma guerra comercial cada vez mais intensa que levará nossa economia e a economia global a uma recessão, reduzindo a demanda por commodities no processo”, escreveu o economista-chefe de commodities da StoneX, Arlan Suderman, em nota a clientes.
Às 16h05 (horário de Brasília), os contratos futuros de maio do milho na CBOT caíram para US$ 4,51 (R$ 26,67) o bushel, depois de atingir US$ 4,42, o menor valor em um gráfico contínuo do contrato mais ativo desde 20 de dezembro.
Os preços do milho recuaram cerca de US$ 0,70 por bushel, ou 14%, desde meados de fevereiro, uma vez que as tensões comerciais e a melhora das perspectivas das safras sul-americanas levaram fundos de commodities a começar a desfazer uma enorme posição líquida comprada em futuros de milho.
O contrato de soja para maio da CBOT caiu US$ 9,97 (R$ 58,97) o bushel, uma redução de US$ 0,05.
“Os fundos estavam fortemente posicionados na parte compradora, especialmente desde os relatórios do USDA de meados de janeiro. E com essas posições agora submersas, estamos vendo perdas no milho agravadas pela saída dos fundos dessas posições compradoras”, afirmou Randy Mittelstaedt, analista da R.J. O’Brien.
Alguns traders e analistas disseram que os fluxos de exportação de curto prazo para a China podem não ser significativamente alterados, dado que o avanço da colheita de soja no Brasil deve absorver a maior parte da demanda chinesa nos próximos meses.