Durante discurso em Minas Gerais nesta sexta-feira (7), o presidente Lula (PT) afirmou estar está “muito preocupado” com o preço dos alimentos e afirmou que o governo pode tomar “atitudes mais drásticas” em relação ao valor do ovo.
“Fizemos uma reunião ontem no Palácio, tomamos algumas medidas. Mas eu quero encontrar uma explicação para o preço do ovo. O ovo está saindo do controle. Alguns dizem que é o calor, outros dizem que é a exportação. Eu estou atrás”, disse ele, a uma plateia de trabalhadores rurais ligados ao MST.
“Nós estamos tentando encontrar uma solução. A gente não quer brigar com ninguém. A gente quer encontrar uma solução pacífica. Mas se a gente não encontrar, a gente vai ter que tomar atitude mais drástica, porque o que interessa é levar a comida barata para mesa do povo brasileiro”, afirmou o petista, sem explicar o que seriam as medidas drásticas.
Nesta quinta-feira (6), o vice-presidente, Geraldo Alckmin, anunciou que o governo vai zerar a alíquota de importação para diversos produtos. A lista inclui carne, café, milho, óleo de girassol, óleo de palma, azeite, sardinha e açúcar.
A cesta básica já tem a sua tributação de importação zerada, conforme anunciou o vice-presidente, Geraldo Alckmin, mas o governo federal disse que vai fazer um apelo aos estados para que retirem impostos estaduais. As medidas devem entrar em vigor nos próximos dias.
Associações de produtores de produtos como milho e café criticaram a medida, classificada como inócua, sob a justificativa de que não existem fornecedores internacionais com preço competitivo em relação ao brasileiro para esses itens.
Na primeira reunião ministerial do ano, Lula cobrou especialmente os ministros do setor para trazerem medidas que baixassem o preço dos alimentos. Desde então, havia a expectativa de que os chefes das pastas apresentassem alternativas ao governo.
Na ocasião, o presidente se queixou da alta da comida e afirmou que, a partir daquele momento, o lema de seu governo seria “união, reconstrução e comida barata na mesa do trabalhador”.
No final de fevereiro, o presidente chegou a afirmar ter “obsessão por comida barata”, durante participação em evento no Rio de Janeiro.
“Eu tenho obsessão em fazer o alimento barato, barato, barato, para que vocês possam comprar”, disse o presidente na ocasião.
Lula participou nesta sexta de um ato em que anunciou novos lotes de assentamentos para trabalhadores rurais, incluindo integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), eleitorado historicamente ligado ao mandatário, mas que andava insatisfeito com o governo federal.
Com crise de popularidade, Lula afirmou que encontrou um país destruído e que “arrumar a casa destruída é mais difícil do que levantar uma casa nova”, mas prometeu cumprir com promessas feitas na campanha.
“O ano de 2025 é o ano que nós vamos colher tudo que preparamos nos dois primeiros anos. Temos que entregar o que prometemos na campanha. Quero terminar meu mandato com a moral elevada com vocês. Devo minha eleição ao povo. É para vocês que eu devo governar”, disse ele.