O PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio teve uma forte recuperação no último trimestre de 2024 e provocou uma reversão na tendência da queda que o setor vinha registrando. O PIB subiu 4,48% nos últimos três meses, acumulando alta de 1,81% no ano.
Com essa recuperação, o PIB do setor subiu para R$ 2,72 trilhões, 23% do PIB total do país. O valor é superior ao de 2023, mas ainda inferior aos de 2022 e de 2021. O ramo agrícola representa 70% do PIB do setor, enquanto o da pecuária fica com 30%.
Os dados são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e da Pecuária do Brasil), que apura o PIB-renda do setor. O dado apurado pelo Cepea reflete não apenas o volume de produção agregado dentro da porteira, como o do IBGE, mas também o comportamento real dos preços.
Além disso, os dados do Cepea não se limitam à agropecuária, mas também à produção de insumos relacionados ao setor, às agroindústrias de processamento e ao agrosserviço. Este último contempla transporte, armazenagem, parte financeira e outras atividades necessárias para que o produto chegue ao consumidor final.
Nos cálculos do Cepea, o agrosserviço tem o maior peso na composição do PIB do setor, somando 44,3%, vindo a seguir os segmentos primário (26,5%), agroindústria (23,9%) e insumos (5,3%). O ano não foi bom para o setor dentro da porteira. O PIB do ramo agrícola teve queda de 2,19%. Clima desfavorável e queda na produção de milho e de soja, dois dos principais produtos do setor, puxaram a taxa para baixo.
A queda ocorre mesmo com o bom desempenho de arroz, café e laranja. A produção de café caiu 3,1%, mas o valor da produção subiu 37,4%, e os preços, 39,5%. Entre os quatro segmentos do ramo agrícola avaliados pelo Cepea e pela CNA, o de insumos e o primário tiveram as maiores reduções no ano, com quedas de 7% e de 3,5%, respectivamente.
No ramo da pecuária, houve uma evolução generalizada, com destaques para agroindústria e agrosserviços, ambos com alta de 16,8%. Essa evolução ocorre devido ao aumento de produção na bovinocultura e na suinocultura. A alta média do PIB do ramo pecuário foi de 12,5%. Já o PIB da agroindústria com base agrícola recuou em 0,44%.
SEGURO RURAL PAGA R$ 40 BI EM UMA DÉCADA
No ano passado, as seguradoras pagaram R$ 4,2 bilhões em indenizações aos produtores rurais, 150% a mais do que em 2015. Nos últimos dez anos, as indenizações somam R$ 40 bilhões. Essa cobertura reduz a vulnerabilidade dos produtores e evita a descapitalização, segundo Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, entidade que congrega as empresas do setor.
Para Glaucio Toyamao, presidente da FenSeg (Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional das Seguradoras), o seguro rural se torna peça chave para o desenvolvimento do mercado.
Na década, o avanço do setor foi expressivo, conforme os números das entidades. A arrecadação passou de R$ 3,2 bilhões para R$ 14,2 bilhões, uma evolução de 344%. Após 2022, o ano de pagamento do maior volume de indenizações, a procura ficou mais intensa, segundo as entidades.
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.